quarta-feira, 20 de março de 2013

Papa confirma que vai à Jornada no Brasil e visitará Aparecida, diz Dilma


Presidente foi a primeira a ser recebida por Papa após missa inaugural.
Dilma brincou ao dizer que o 'Papa é argentino, mas Deus é brasileiro'.



Dilma se encontra com Papa Francisco no Vaticano (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)Dilma se encontra com Papa Francisco no Vaticano (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
Depois de se encontrar reservadamente com o Papa Francisco na manhã desta quarta-feira (20) no Vaticano, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o pontífice confirmou sua presença na Jornada Mundial da Juventude, que ocorre em julho no Rio de Janeiro, de acordo com assessoria de imprensa do Planalto.
Segundo a presidente, que reforçou ter sido a primeira pessoa a ser recebida pelo Papa após a missa inaugural, Francisco também visitará a cidade de Aparecida, onde fica a maior basílica do Brasil, no interior de São Paulo.
A reunião com Papa, que começou às 11h no horário local, 7h, em Brasília, durou cerca de meia hora e foi “bastante interessante”, segundo a presidente.
Questionada por um repórter argentino sobre o que achava do Papa, Dilma respondeu que Deus é brasileiro: "Eu acho que vocês têm muita sorte, vocês têm um grande papa. A Argentina está de parabéns. Agora, a gente sempre diz, o papa é argentino, mas Deus é brasileiro".
Dilma afirmou que o Papa Francisco espera uma presença grande de jovens na Jornada porque ele é “o primeiro em várias coisas”.
“Ele estava me dizendo que espera uma presença grande dos jovens na medida em que ele é o primeiro Papa. Ele é o primeiro em várias coisas. Ele é o primeiro Francisco, o primeiro jesuíta, o primeiro latino-americano, o primeiro argentino, e ele espera a presença massiva de jovens”, afirmou.
A presidente afirmou que o Papa se lembrou de uma conversa que teve com ela em Aparecida, em 2007.
“Logo depois da grande participação dele [na Jornada], ele vai a Aparecida e até me lembrou que, em 2007, esteve em Aparecida, me deu inclusive um livro que é a síntese do que eles fizeram em Aparecida em 2007, que foi uma conferência de bispos latino-americanos. Ele me disse assim: você não lê tudo, porque você pode se aborrecer, então, você pegue o índice e pegue os assuntos que te interessarem e vai lendo aos poucos”, disse.
Santa Maria
Segundo Dilma, o Papa disse que o Brasil demonstrou “força e ternura” após a tragédia em Santa Maria, Rio Grande do Sul.
“Ele também me deu um conselho e me disse: eu fiquei muito comovido com a questão que ocorreu em Santa Maria e acho que a gente tem na vida que demonstrar força e ternura e, em Santa Maria, o Brasil demonstrou força e ternura. Eu fiquei muito agradecida também e acho que ele será um Papa muito importante para o momento que nós vivemos”, disse.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Hugo Chávez morre vítima de câncer, e venezuelanos vão às ruas em Caracas

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Presidente comemora mais recente reeleição no Palácio Miraflores, em Caracas
 

Hugo Chávez morre vítima de câncer, 

e venezuelanos vão às ruas em Caracas


Apoiadores de Hugo Chávez se reuniram na noite desta terça-feira na capital Caracas em manifestações em homenagem ao presidente venezuelano, que morreu aos 58, vítima de um câncer na região pélvica.
O chanceler da Venezuela, Elías Jaua, afirmou que as homenagens póstumas oficiaiscomeçam nesta quarta-feira (6). O corpo de Chávez será levado na quarta-feira à Academia Militar e será exposto a seus simpatizantes.
Na Praça Bolívar, chavistas gritavam frases como "todos somos Chávez" e "todos com Maduro", em referência ao vice-presidente, Nicolás Maduro, tido como herdeiro do mandatário. Ele deverá permanecer na Presidência até que novas eleições ocorram, num prazo de 30 dias.
As imagens divulgadas pelo jornal venezuelano "El Universal" mostram dezenas de apoiadores, de todas as idades, gritando para as câmeras presentes no local.
A manifestação atendeu ao pedido de Maduro, que convocou homenagens ao presidente em todas as praças Bolívar (Simon Bolívar é herói da independência do país).
Segundo o "El Universal", os manifestantes se dividem entre as lágrimas de luto pela morte de Chávez e a revolta ao afirmar que nao permitirão "o retorno da direita" ou a "radicalização do processo revolucionário" no país.
O ex prefeito de Caracas Freddy Bernal, ferrenho apoiador de Chávez, participou da manifestação. "Morreu nosso pai, guia e orientador, mas apenas fisicamente", disse, para depois pedir a continuação do processo de socialização que é o centro da política de Chávez.
O discurso foi recebido aos gritos de "Chávez não se foi" e "Chávez está presente", ainda segundo o "El Universal".
Apoiadores se reuniram também diante do Palácio Miraflores, sede do governo, pouco após o anúncio da morte. Imagens exibidas pelo jornal venezuelano mostram dezenas de chavistas do lado de uma rua movimentada. Um deles estava com um alto falante, gritando frases favoráveis ao mandatário.
Com a comoção causada na capital, moradores de cidades próximas relatam dificuldades para conseguir ônibus para voltar para casa. Segundo os passageiros, as filas são longas e os ônibus demoram até uma hora para passar nos terminais da capital rumo a cidades como Guarenas, Guatire, La Guaira e Altos Mirandinos.
Regino Caguao, membro da Mesa de Transporte de Caracas, afirmou ao jornal "El Universal" que a morte de Chávez levou muitos militares às ruas. Os motoristas, assustados, teriam ido para casa por segurança. Ele afirmou, contudo, que nao houve suspensão do serviço e que amanhã todos os ônibus devem circular normalmente.
NORMALIDADE
Diante da mobilização causada pela morte de Chávez, o chefe de comando estratégico operacional das Forças Armadas da Venezuela, o major general Wilmer Barrientos, afirmou que há plena normalidade no país.
"Estamos monitorando todo o país, inclusive a fronteira, nossos mares e até agora tudo caminha em plena normalidade", disse Barrientos.
"Não podemos dizer em total normalidade porque levamos uma profunda dor porque Venezuela perdeu um dos maiores homens que esta terra pariu", acrescentou o general, se unindo ao luto declarado no país e em todo o mundo.
Até mesmo o maior opositor de Chávez, Henrique Capriles, se pronunciou nesta terça-feira para pedir união entre os venezuelanos e ofereceu condolências aos familiares e apoiadores do presidente.
"Em uma hora tão difícil, nós precisamos mostrar nosso profundo amor e respeito pela
Venezuela", escreveu em sua conta no microblog Twitter. "Nós apelamos pela unidade entre os venezuelanos nessa hora".
REAÇÃO BRASILEIRA
Entre os primeiros líderes a lamentar publicamente a morte de Chávez, a presidente Dilma Rousseff "[pediu um minuto de silêncio]": http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1241281-morte-de-chavez-enche-de-tristeza-todos-os-latinos-diz-dilma.shtml a uma plateia de trabalhadores rurais para homenagear Chávez, e afirmou que ele deixará um vazio "nos corações, na história e nas ruas da América Latina".
"Hoje lamentavelmente, infelizmente e com tristeza digo para vocês que morreu um grande latino americano: o presidente da Venezuela Hugo Chávez. Essa morte deve encher de tristeza todos os latino-americanos e os centro-americanos", disse Dilma durante discurso no 11º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, em Brasília.
Seu antecessor e amigo de Chávez, Luiz Inácio Lula da Silva disse que recebeu "com muita tristeza" a morte do presidente venezuelano.
"Tenho orgulho de ter convivido e trabalhado com ele pela integração da América Latina e por um mundo mais justo", afirmou Lula, em nota.
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Conforme anúncio do vice e herdeiro político de Chávez, Nicolás Maduro, o presidente morreu às 16h25 desta terça. Ele estava internado no Hospital Militar de Caracas, na frente do qual centenas de pessoas se reuniam para fazer vigília, desde a manhã.
Logo após o anúncio, líderes venezuelanos também começaram a se dirigir ao hospital, e a bandeira do prédio foi colocada a meio mastro.